CASTRO ALVES, CIGANO.
Sempre me encantei com a poesia de Antonio Frederico de Castro Alves, o último
poeta do Romantismo brasileiro,nascido em 14/03/1847(Muritiba) e morto em 06/07/1871-Salvador/Bahia) Tempos atrás, li em um site da Internet que
ele era de origem cigana. Aí, então, fiquei curiosa e emocionada! Tudo o que sei sobre o dom
inato para as artes entre os ciganos, tornou-se claro e evidente diante de meus olhos
deslumbrados! Na longa história do Povo Rom repetem-se os casos de grandes
poetas, músicos, artistas, dançarinos que marcaram época no cenário artístico e
literário mundial.
Entretanto, como sempre aconteceu, o preconceito falou mais
alto, escondendo por décadas, quiçá séculos, a origem romani desses grandes
artistas. Isto me revolta sobremaneira! Faz-me ver o quanto de injustiça e
discriminação sempre marcou a trajetória de nosso povo!
Fui procurar em fontes confiáveis a procedência
desse fato. Na sua página da Internet o insigne ciganólogo, escritor,
antropólogo e lingüista Athos Vilas Boas da Motta assim se refere ao fato
histórico: “A comovente informação oral que eu ouvi, foi
aquela em que a sua dileta irmã Adelaide ao enxugar-lhe a fronte ouvira, apesar
de ofegante: "Querida irmã, guarde este lenço, pois com ele você está
enxugando o suor da minha agonia!...". Com esta recomendação final, o
nosso poeta fechou os olhos para o mundo, abrindo-os na eternidade, mas os
reabriu, indiretamente, na memória popular que não os esquece. Por falar em
olhos de Castro Alves, cabe aqui uma interessante observação: Examinando as
fotografias deste poeta, sempre nelas notei ser demasiado branca a alva de seus
olhos, cuja explicação, baseada em vetores antropológicos, só muito mais tarde
pude encontrar explicação: Castro Alves era descendente de ciganos, pois sua
mãe - Dona Clélia Viegas, posteriormente Clélia Brasília Castro Alves - o era.
Um dos traços característicos da maioria dos boêmios*: tez morena azeitona,
gengivas arroxeadas, alva dos olhos
bastante branca, agilidade gestual, etc. Pedro Calmon (1902-1985) em sua obra
"Vida de Castro Alves", (última edição), auxiliado por sua dedicada
irmã Dona Romana, conseguiu localizar, num livro de registro de nascimento, a
constatação de que a sua progenitora era cigana, pois o atento vigário, com sua
letra bastante legível, qualificou a batizante e seus padrinhos com o termo: ciganos. O biógrafo ainda esclarece que
a condição de zíngaro do nosso poeta sempre foi um segredo mantido a sete
chaves pela própria família.
No assentamento de batismo de Clélia (mãe
de Castro Alves) não constava o nome da mãe, mas que era filha natural do
fazendeiro e major, Antônio José da Silva Castro. A mãe de Clélia teria sido
uma cigana de origem espanhola, Ana Viégas, falecida quando ela ainda era
pequenina.
Em outro artigo pude constatar que Ana
Viégas era uma artista espanhola de origem cigana, daí o fato de se guardar
muito bem o segredo de família. Sempre o preconceito tentando mudar a história,
escondendo a verdade!(...)
(boêmios*- ciganos,zíngaros,gitanos.)
Cezarina Devos Macedo-Texto extraído do meu artigo
publicado na REVISTA JANELLÁ-SABER,CONHECER/2011.
CASTRO ALVES ERA ADVOGADO,ATIVISTA DA
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA E DA REPÚBLICA.POETA,MÚSICO(VIOLÃO)
TAMBÉM DESENHISTA E PINTOR...SUA CIGANIDADE BRILHAVA ATRAVÉS
DE SEU CARÁTER ROMÂNTICO,ARDENTE,GALANTEADOR,APAIXONADO E ARTISTA.
A LIBERDADE ERA SEU MAIOR IDEAL!
IMAGENS DO GOOGLE.
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