O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

sábado, 25 de dezembro de 2010

UM DESENHO MEU...

      PORTRAIT OF MY SON......CRAYON SOBRE PAPEL.
      25/12/2010.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

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O MEU AMIGO WHESLEY FAGLIARI,FILÓSOFO,PROFESSOR E POETA,DONO DO LINDO BLOG "AMIGO DA SOFIA",CRIOU UM NOVO ESPAÇO POÉTICO : NÔMADE ESCOLA DE  POESIA ! UM ESPAÇO ONDE CONVIVEM POETAS DE OUTROS TEMPOS E LUGARES E,  TAMBÉM,  POETAS CONTEMPORÂNEOS...

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NÔMADE ESCOLA DE POESIA

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

LEIAM! ESCRITO POR UM CIGANO MATCHUAIA...








Qual é meu nome?
- Nuno. 
De onde venho?
- Não sei.
O que faço?
- Vivo.
No que acredito?
- Em tudo.
Qual a minha raça?
- Humana.
O que fiz?
- Não, não invadi, não saquiei, não expulsei e nem escravizei ninguém.
- Não matei em nome de Deus.
- Nos mataram em nome de Deus.
De onde vim?
- Na inquisição espanhola nossas mulheres foram mortas como bruxas, os homens foram enviados para as galés e suas orelhas cortadas. O último refúgio para um perseguido era a igreja. Mas não para o cigano que mesmo dentro da casa de Deus, não encontrou abrigo. No holocausto não somos nem citados, mas 500 mil ciganos foram mortos. No julgamento de Nuremberg nenhum cigano foi chamado para falar da nossa dor. Entendemos que isto não foi obra de Deus e sim dos homens, que na sua ganância pelo poder deturparam a palavra de Deus.




Sou Gitano.

"Que horizonte é este que rasgo todos os dias
com minhas pegadas,
com as rodas do meu carroção?
Que coração nômade me impulsiona, me guia?
Que ponto cardeal guia a agulha da minha bússola?
Meu sangue não conhece outros caminhos,
senão todos os caminhos do desconhecido.
Meu mundo é todo mundo,
e as fronteiras são riscos em mapas que não existem.
Sou gitano, sou meu norte, meu sul, meu leste e meu oeste.
Sou gitano, e o meu mundo é velho conhecido dos meus olhos.
E Novo Mundo é amanhã e sempre.
Meu pai, meu avô, meu tio,
com suas músicas e anéis,
cruzaram a Terra em xis,
na ida e na volta,
deixando em cada outeiro, berço e jazigo.
Nova pirâmide erguida a cada instância,
vindo de egípcios areais que meus olhos ferrabrases poliram.
Pólux é meu rumo, atlante meu caminhar.
Sou gitano, e meu canto é vida,
minha guitarra lamenta e compassa.
Minha alma trás vidrilho e medalhitas.
Traz esporas, traz touradas, banderilhas.
Meu ancinhar procura mais que ouro.
Quero a farroma e a festa, e não o ouro dos príncipes da terra.
Meu canto não faz reparo a damas ou meretrizes.
O fandango madraço ou vibrante
é o sino que respalda minha igreja.
Minha hóstia é o pão sarraceno,
meu purgatório é o jejum,
meu pecado é nenhum.
Não há quem mate por mim,
não há quem viva por mim. "



.......................................................................................................                          Que crime cometi?
Não estar na História?
Qual? Na sua História?
- Na sua História fomos expulsos, perseguidos e mortos, sem ao menos saber por quê. Nos seus livros somos sinônimos de errantes, vadios e trapaceiros.
- A cultura do ter, tem que respeitar quem quer apenas ser. Um Estado não é só um pedaço de chão, é muito mais que isso. É a forma de ser de cada um. É o seu costume, o seu pensamento. Preservar a cultura não é fazer uma estátua jorrando água. A minha cultura é a minha história. E a sua História não entende a minha cultura.
- Mas eu tenho a minha História.
Mas participamos também da sua História,
nas embarcações sobre os rios e mares que vocês cruzaram.
- A sua bandeira não é mais bonita do que a dos outros, seu hino é tão bonito quanto o deles...A globalização que vocês impõem é enfiada goela abaixo apenas com o propósito econômico. A nossa globalização é o nosso costume, a nossa cultura. Na globalização de vocês, vocês ouvem a mesma música, cheiram o mesmo perfume, comem o mesmo sanduíche e calçam o mesmo tênis. Tudo isso para ganhar mais dinheiro.
Claro que fomos omissos...O nosso anonimato deixou os seus famosos – Brahms, Liszt, ouvirem nossas músicas e se apoderarem. Até as nossas danças, dizem que são suas.
Não, não estamos na sua História. 
Não, não sabemos desenhar suas letras.
O seu calendário não é o nosso.
A sua geografia não é a nossa.
Não entendemos a sua língua,
mas procuramos aprender.
Sim, somos os índios da Europa.
Nossa História está na nossa memória,
na nossa música e na nossa dança.
Nossa fala não tem desenhos.
A nossa língua é nossa Pátria.
E nossa língua é todas as línguas.
Quando estamos alegres ou tristes, dançamos.
- Não queremos o ouro nem as terras dos reis, pois quando se morre talvez tenha sido melhor ter sido cigano do que rei.
Nós refletimos a sua liberdade, a sua esperança no amanhã .....
Viver cada dia percebendo o que a natureza  oferece.
A cada amanhecer tendo diante dos olhos um espetéculo maravilhoso e que muitas vezes vocês nem vêem.
Não somos só um sonho, nós participamos da sua História, sem armas, ou sem fazer guerras, mas na alegria, na música, na dança, pois todos vocês têm um pouco de ciganos.
- Os olhos azuis brilham tanto quanto os olhos verdes, ou até os olhos negros. Até derramam lágrimas iguais!
Vocês dividem as pessoas em cores!!!
Brancos, amarelos, vermelhos e negros.
Dividir as pessoas em cores...
Seria como se nós quiséssemos dividi-las por música, ou por dança.
Que estupidez ...!
Eu acho todas as cores lindas; todas juntas formam um grande arco-iris.
A glória, a fama para nós, não é importante, pois queremos SER e não apenas TER.
QUEREMOS APENAS SER LIVRES, LIVRES COMO O AR, LIVRES COMO O VENTO, LIVRES COMO AS ESTRELAS NO FIRMAMENTO.
( Trecho extraido da Peça Teatral ALÉM DA LENDA , autoria de CLAUDIO IOVANOVITCH,de origem cigana.)
(Pinturas de vários artistas retratando ciganos).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

LETRA DE VENTO NEGRO...

VENTO NEGRO
(Compositor José Fogaça).

Onde a terra começar,
vento negro,gente,eu sou...
Onde a terra terminar,
vento negro eu sou!
Quem me ouve vai contar
quero luta, guerra não!
Erguer bandeira sem matar...
Vento negro é furacão!

refrão:

Com a vida,o tempo,a trilha, o sol,
um vento forte se erguerá
arrastando o que houver no chão.
Vento negro,campo à fora,vai correr...
Quem vai embora tem que saber...
É viração!

Nos montes, vales, que venci,
no coração da mata virgem,
meu canto,eu sei, há de se ouvir,
em todo meu país!
Não creio em paz sem divisão...
De tanto amor que eu espalhei,
em cada céu, em cada chão
minha alma lá deixei!

(refrão...).

Vento Negro (por Kleiton & Kledir e Vitor Ramil)




ESTA MÚSICA COMPOSTA E CANTADA POR GAÚCHOS,MINHA GENTE BOA DO RIO GRANDE DO SUL,ME EMOCIONA SEMPRE QUE A OUÇO! EMBORA NÃO SEJA UMA MÚSICA CIGANA,ELA TEM MUITO A VER CONOSCO...

domingo, 5 de dezembro de 2010

ILÔ ROMANÔ...CORAÇÃO CIGANO!

SOMOS UM POVO SENTIMENTAL...
                                AMAMOS A VIDA!
                                SOMOS ARTISTAS NATOS...
                                SOMOS EXÍMIOS EM TODAS AS ARTES.
                                NOSSA ALMA INQUIETA E AVENTUREIRA
                                BUSCA SEMPRE NOVOS CAMINHOS...
                                SERMOS  FELIZES É A NOSSA META!
                                O CÉU SOBRE NOSSAS CABEÇAS,
                                A TERRA SOB OS NOSSOS PÉS,
                                AS  CHAMAS  ARDENTES DE UMA FOGUEIRA...
                                A COMPANHIA DE NOSSOS FAMILIARES E AMIGOS,
                                A MÚSICA DE UM VIOLÃO...UM AMOR CALIENTE!
                                UMA LUA REDONDA E BRILHANTE,
                                MIL ESTRELAS FAISCANDO NA NOITE!
                                SOMOS GITANOS...ROMS...CIGANOS...
                                O MUNDO INTEIRO É NOSSA PÁTRIA!
                                OPTCHÁ! OPHRÉ ROMHÁ!  
                              

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

POVO CIGANO!

IMG_20011 " Eles se movem como o sol e a lua. São nômades. Ou, antes, são como as ondas. Estão em toda parte. Chegam e partem rápido. Parecem o vento. Num momento estão aqui. No outro, sumiram. Numa lufada, deixam traços indeléveis de sua passagem no eco de sua música, no relinchar de seus cavalos, no sorriso alegre de suas mulheres. Não, não são vento. São os filhos-do-vento!"

(Trecho de um poema persa de 200 a 400 A.C. descrevendo o povo nômade que viera da região de Gujarat,India.)