O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

UM ARTIGO SOBRE ASTISTAS,CIGANOS E UM PINTOR FRANCÊS DE ORIGEM CIGANA...

Fauvismo

"Cuando tengo la pintura en las manos, es la vida y yo, yo y la vida."
(MAURICE VLAMINCK)


"Los buenos pintores son como los buenos cocineros; puede ser probado, pero no ser explicado. " Escreveu o pintor.



"Incorporé en una orquestación de colores puros todos los sentimientos de los que fui consciente." M.V.





http://www.acrilex.com.br/cultura_grandesmestres_mauricedevlaminck.htm


Auto retrato-1911.



Maurice de Vlaminck:   Nasceu  em 1876 em Paris de pais que eram  músicos, provavelmente, ciganos! (no original:musiciens bohémiens). Ainda adolescente, Vlaminck planejou fazer carreira como ciclista profissional. Como seus pais, ele também possuia um talento musical e se sustentava com o violino,tocando em orquestras ciganas.Foi ator,escreveu romances e poesia. Vlaminck tinha um interesse apaixonado pela pintura, no que era estimulado por Robichon, um artista francês que lhe deu algumas noções de desenho.. Ele se casou com Suzanne Berly em 1894,aos 22 anos. Contraiu febre tifóide o que pôs fim a sua carreira ciclística ,em 1896.Para sustentar a família, ele dava aulas de violino mas acabou ingressando na carreira militar.Após a morte da mulher casou de novo e teve duas filhas.
Maurice foi considerado um dos maiores  pintores do movimento " fauvista",estilo de arte  do início do século XX que usava  cores fortes, vivas e alegres.Seu principal enfoque é a cor, construindo as formas da realidade visível através de tons e cores  fortes e expressando nas telas seus sentimentos, os mais vibrantes,intensos e apaixonados.   O pintor faleceu em 1958, aos 82 anos..

Nota: Nas biografias em português e inglês ,(como sempre!!!),consta apenas,que o pintor era filho de músicos.Em outra diz que ele era filho de músicos boêmios... Numa versão em francês diz que ele era  de uma família de "musiciens bohémiens",o que traduzindo,significa "músicos de origem cigana".Portanto, o pintor,certamente, tinha uma origem cigana.Vemos que:"Na França os ciganos também foram chamados de tziganes, manouches, romaniche e bohémiens." (História dos  Ciganos)
(http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=965).

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fauvismo/fauvismo-12.php
http://www.systranet.com/fr/fr/dictionary/portuguese-french/BOH%C3%89MIEN



"Yo era pobre, pero sabía que la vida es hermosa y no tenía otra ambición que descubrir con nuevos significados la profunda de los vínculos que me unían a la tierra."Maurice de Vlaminck.


"Pintor francés representante del fauvismo, que permanentemente se planteó metas y desafíos que superó de manera notable. Maurice de Vlaminck nació en el seno de una familia de músicos bohemios, donde aprendió música y pintura"(http://carmensabespoesiayarte.blogspot.com.br/2009/04/maurice-de-vlaminck-era)


Maurice De Vlaminck
SELO FRANCÊS COMEMORATIVO


O pintor era exímio violinista...Característica da alma cigana.

OS ARTISTAS E OS CIGANOS

Nós, artistas ultrapassamos o mundo real, o cotidiano cinzento, a mesmice formatada em vida, dos que habitam as grandes cidades poluídas e barulhentas ou os espaços cada vez mais reduzidos de criatividade e imaginação do ser humano comum. Na arte nos libertamos, nela fazemos um novo mundo, nela criamos uma nova dimensão, dela fazemos um caminho livre. Disto falo com absoluta certeza, porque sou também artista.
Nós, ciganos ultrapassamos todos os dias a realidade, para vivermos nossas histórias humanas. Mesmo seguindo os caminhos da rotina, do cotidiano, transcendemos o concreto, o banal e o comezinho, transformando as dificuldades diárias de sobrevivência pela nossa forma de encarar a vida. A nossa existência é arte, é magia, é esperança, é criatividade, é alegria e, acima de tudo, liberdade. Disto também falo com absoluta certeza, pois está no meu sangue e é minha filosofia de vida.
Talvez seja por isso que ao longo do tempo, na história da humanidade foram os artistas e as crianças que sempre nos admiraram e acolheram em sua alma. Nesta sociedade formal, austera e racionalmente fria, cujos traços próprios da infância como sensibilidade, ludicidade (o brincar), imaginação, fantasia e sonho, se perdem como conseqüência da idade adulta, surge a decadência da saúde física e mental, porque os adultos se afastam destes traços essenciais do ser humano pleno. (...)  

CEZARINA MACEDO.                          

Trecho de meu artigo na Revista Janellá :OS ARTISTAS E OS CIGANOS. /2011. 



Acima,quadro anterior à fase fauvista.

Maurice de Vlaminck, 00003781-Z
IMAGENS DO GOOGLE.


domingo, 26 de agosto de 2012

Poema escrito em homenagem à meus bisavós portugueses e ao patrimônio imaterial da humanidade: o Fado!

AMO CANTAR O FADO! SOU FADISTA DE CORAÇÃO E ALMA...


RUA DE LISBOA...


A GRANDE AMÁLIA RODRIGUES!


GUITARRA PORTUGUESA...

UMA CIGANA QUE  ERA FADISTA...

LISBOA ANTIGA...

POEMA AO FADO.

Ó, Fado és minha sina
desde que era menina
e a tua voz me embalava...
Tua melodia queixosa,
que fala de amor e saudade,
me deixa na alma a vontade 
de te cantar todo dia!

 Minha voz,que solto livre,
é como gaivota que voa
buscando no céu distante
os sonhos e a esperança
que tive um dia
e se foram.

Ó Fado do meu destino,
das ruas de Portugal,
és a nau de velas brancas
em mares verdes vagando...
Leva-me contigo cantando,
que sou tua e não te deixo!

Ó meu Fado
ainda te canto e a tua voz me transporta
às noites de horas mortas
de amores,paixões e guitarras!

Te canto,ainda,meu Fado...
E ao modular teus arpejos
me ardes como um espinho,
cravado fundo no peito!

Ó Fado de Luas cheias,
de noites de liberdade,
onde cantei a saudade
e amei mais do que pude!


Cezarina Macedo./Agosto,2012.



Mouraria...





O XAILE NEGRO E A GUITARRA:SÍMBOLOS DO FADO!


O FADO...QUADRO DE JOSÉ MALHOA.

sábado, 18 de agosto de 2012

OS CIGANOS ...OS RHONS, OS RHOMA... SEU TALENTO MUSICAL...






A música cigana tem influenciado as músicas de todos os países e contribuído para sua riqueza de ritmos e melodias. Também os músicos ciganos nascidos em vários lugares do mundo tem absorvido  um pouco da música gadjê.Pode-se dizer que sempre houve um caminho de mão dupla,com influências mútuas. Os ciganos trazem em si uma grande aptidão musical, um virtuosismo que é reconhecido pelos não ciganos,( embora contra a sua vontade), na maioria das vezes.Na história da música universal sabe-se que inúmeros músicos famosos  inspiraram-se na música cigana.Franz Lizt,por exemplo ,o grande compositor  e virtuoso pianista nascido na Hungria de pais alemães.Esse músico era admirador dos ciganos e de sua música e,admirava ,sobremaneira, um músico cigano:Janos Bihari.”(...) Bihari tinha a habilidade inata da raça cigana, que é assimilar e unir, aparentemente, elementos incompatíveis entre si (...)”,escreveu Lizt em um livro.  Ele também escreveu sobre ele: "Os tons doces extraídos de seu violino mágico caíam como gotas de néctar em nossos ouvidos encantados".Nós ciganos somos um povo único. Nenhuma outra raça recebeu do Criador tantos dons maravilhosos juntos: a musicalidade, a facilidade de pintar, fazer poesias e contar histórias, a habilidade manual do artesanato com metais e com materiais da natureza; a possibilidade de vislumbrar o futuro nas linhas das mãos e nas diversas outras mancias; a harmonia dos gestos e a expressão das emoções na dança, nas artes cênicas e circenses
  Entretanto, devido aos estereótipos preconceituosos que sempre enlamearam  e esconderam a verdadeira face da etnia Rhom, a sociedade gadjê teima em não reconhecer as origens ciganas dos grandes artistas e os transforma em cidadãos de sua própria raça.Até hoje os húngaros afirmam com orgulhosa convicção que Janos Bihari era um húngaro e não tinha   origens ciganas. Era típico de que a fama da música cigana não poderia deixar de revelar a imagem, distorcida e estereotipada que os gadjê faziam em relação aos ciganos: vagabundo, mendigo, trapaceiro, ladrão. Se um cigano não era nem vagabundo, trapaceiro ou ladrão, ou se a sua habilidade de alguma forma superava as expectativas das pessoas, ele não poderia realmente ser um cigano. Isto foi fundamental para reforçar o estereótipo negativo dos ciganos em todas as épocas,o que, então, criou e manteve  um círculo vicioso de causa e efeito.(Cezarina D.Macedo).

FRAGMENTOS DE UM POEMA MEU:

...Suas sombras
percorrem minhas horas
com brilhos de ouro puro,
tilintar de guizos...
Lamento de guitarras.
Sortilégios...


Seus vultos coloridos
atravessam umbrais escuros,
a fazer-me companhia...


Roçar de sedas,
chispas douradas
De sorrisos abertos,
sons de gargalhadas...
Cheiro de especiarias.
Sabor de vinho, danças.
Punhais de prata...
Rosas vermelhas,
desfolhadas...

(POEMA:PASSADO/CEZARINA MACEDO). 

















IMAGENS DO GOOGLE.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HORIZONTES CIGANOS...









Que nos importam as origens?... Se viemos da Índia ou da Mesopotâmia, de Israel ou do Punjab?
Somos ciganos, somos rons, e é isto que nos importa! Importa sim, a união de todos em torno do ideal comum: a conquista de nossos direitos seja aqui, no Brasil ou em outros países. Importa sim, nos orgulharmos do que somos, de nosso sangue, de nossa cultura, de nossas tradições.
Importa não esquecermos os nossos valores, as nossas crenças, o nosso jeito de ser. Porque para sermos ciganos: rons, calons, sinti, etc., precisamos viver a filosofia de vida cigana. São muitos clãs, muitos dialetos, maneiras e costumes peculiares abrigados debaixo de uma mesma bandeira e hino, irmanados por uma tradição e cultura comum a todos. Alguém me disse certa vez que um cigano  sempre reconhece o outro esteja onde estiver,pois a força do sangue nos aproxima como um imã,um magnetismo misterioso. Acredito muito nisso. Acredito no poder do destino que nos une e na força da amizade e da união!
Infelizmente nos dias atuais, para sobreviver, muitos de nós transformam-se em gadjês, assumem a postura gadjê. Para conquistar um lugar ao sol na sociedade não-cigana muitas vezes foi preciso esquecer ou esconder jeitos e costumes, crenças e tradições. Porque a maioria dos gadjês rejeita o que é diferente, discrimina quem foge dos parâmetros exigidos por suas instituições. Pura ignorância. Mas, que importância tem o exterior? O importante é o que vai na alma! Não podemos jamais perder de vista nossa ciganidade mesmo vivendo numa sociedade que nos massifica nos discrimina e nos torna invisíveis.                                                                                                                                                                 Fala-se muito em preconceito, discriminação, xenofobia por parte dos gadjês. Mas, o que dizer quando sabemos que existe também preconceito entre os ciganos em relação àqueles, que embora sendo descendentes, possuem sangue mestiço, um “posh-rat” como falam na Irlanda? Chega de separações, invejas, suspeitas e medo,  preconceitos e discriminações absurdas. Sejamos pontes e não ilhas. Cada um dê um pouco de si.Caminhe um passo em direção ao outro. Necessitamos de respeito mútuo e de união, de conhecimento e discernimento, de afeto e consideração. Separados jamais seremos vitoriosos na luta pelo que merecemos. Somos orgulhosos sim, de nossas origens, de nossas tradições e desejamos justiça e não caridade, porque a caridade como disse Galeano, é exercida verticalmente, de cima para baixo. Queremos ser tratados de igual para igual, como seres humanos que somos, e essa atitude de igualdade e solidariedade se expressa horizontalmente. 

CEZARINA MACEDO.
Texto extraído do artigo "HORIZONTES CIGANOS/ REVISTA JANELLÁ-Fevereiro/2012.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MINHA NOVA PINTURA:CIGANA SARAH...MINHA HOMENAGEM AO HOLOCAUSTO CIGANO!









Phorrajmos: a dor do passado nunca será esquecida...Mas,a esperança nos faz caminhar com entusiasmo na direção do futuro!!!


OPHRÉ ROMHÁ!