O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

MAIS VERSOS...






SE FAÇO VERSOS
MIL SONHOS ESTILHAÇO
NAS SÍLABAS QUE SOLTAS
EU SEMEIO...
E AS PALAVRAS BROTADAS
COMO FLORES
VÃO PERFUMANDO A VIDA
COM ESSÊNCIAS RARAS...

FAZER POEMAS!
QUANTO TEMPO GASTO
NA INSONE PERSEGUIÇÃO
DE RIMAS PURAS,
E RITMOS SONOROS...
NOITES ESCURAS OU
MANHÃS TÃO CLARAS
QUE ME FASCINAM,
ME ASSOMBRAM,
E ME DESLUMBRAM...
NO AFÃ SOFRIDO
DE COMPOR MAIS VERSOS!

CEZARINA MACEDO-FEVEREIRO/2011.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

UM POEMA DE EMILY DIKINSON (1830-1886).

249 

Noites Loucas — Noites Loucas! 
Estivesse eu contigo
Noites Loucas seriam 
Nosso luxuoso abrigo!

Para Coração em porto — 
Ventos — são coisas fúteis — 
Bússolas — dispensáveis —
Portulanos — inúteis! 

Navegando em pleno Éden —
Ah, o Mar! 
Quem dera — esta Noite — em Ti 
Ancorar! 

               Tradução: Paulo Henriques Britto

249

Wild Nights — Wild Nights! 
Were I with thee
Wild Nights should be
Our luxury! 

Futile — the Winds —
To a Heart in port — 
Done with the Compass — 
Done with the Chart!

Rowing in Eden — 
Ah, the Sea!
Might I but moor — Tonight — 
In Thee! 
 



IMAGEM: Josephine Wall.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sonetos do Português:ELIZABETH BARRET BROWNING!


"How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of being and ideal grace.

I love thee to the level of every day's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for right.
I love thee purely, as they turn from praise.

I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose

With my lost saints. I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life; and, if God choose,
I shall but love thee better after death."

Tradução de Manuel Bandeira:SONETO N.43...

"Amo-te quanto em largo, alto e profundo

Minh'alma alcança quando, transportada
Sente, alongando os olhos deste mundo
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:
A luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte."


IMAGEM:PINTURA DE JOSEPHINE WALL.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

UM POEMA DE FLORBELA ESPANCA...


POETISA PORTUGUESA  (VILA VIÇOSA,8/12/1894-MATOSINHOS,8-12-1930.)
 —
Os versos que te fiz


Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer !
São talhados em mármore de Pharos
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Tem dolencia de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer !

Mas, meu Amor, eu não te digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz !

Amo-te tanto ! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

UM POEMA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE...





AUSÊNCIA



"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço
e invento exclamações alegres,
porque a ausência,
essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim



(Carlos Drummond de Andrade).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Outro poema...



De um Amor Morto

De um amor morto fica 
Um pesado tempo cotidiano 
Onde os gestos se esbarram 
Ao longo do ano 

De um amor morto não fica 
Nenhuma memória 
O passado se rende 
O presente o devora 
E os navios do tempo 
Agudos e lentos 
O levam embora 

Pois um amor morto não deixa 
Em nós seu retrato 
De infinita demora 
É apenas um fato 
Que a eternidade ignora.



Sophia De Mello Breynner Andersen..in "Geografia".

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

POEMA DE UMA POETISA PORTUGUESA...

                                                                                                Poesia



Se todo o ser ao vento abandonamos 
E sem medo nem dó nos destruímos, 
Se morremos em tudo o que sentimos 
E podemos cantar, é porque estamos 
Nus em sangue, embalando a própria dor 
Em frente às madrugadas do amor. 
Quando a manhã brilhar refloriremos 
E a alma possuirá esse esplendor 
Prometido nas formas que perdemos.
Aqui, deposta enfim a minha imagem, 
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem. 
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu — eco da lua 
E dos jardins, os gestos recebidos 
E o tumulto dos gestos pressentidos 
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não pelo meu ser que só atravessei, 
Não pelo meu rumor que só perdi, 
Não pelos incertos actos que vivi, 
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.



Sophia de Mello Breyner Andersen nasceu no Porto, em 1919, no seio de uma família 
aristocrática. A sua infância e adolescência decorreram entre Porto e Lisboa, 
onde cursou Filologia Clássica.  

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dez mandamentos da Água...CLIQUE NO LINK ABAIXO

Dez mandamentos da Água | Diário do Verde - Meio Ambiente em 1º lugar

Sobre o filme LIXO EXTRAORDINÁRIO...

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário 2011, Lixo Extraordinário (Waste Land – Título original), um filme com duração de 90 minutos que acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz no maior lixão da América Latina, o Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

 Lixo Extraordinário levou três anos para ser concluído e foi uma coprodução do Brasil e Reino Unido. O filme foi dirigido por Lucy Walker, Karen Harley e João Jardim. Fernando Meirelles participou da produção executiva.
“Lixo Extraordinário é o retrato de um Brasil desigual e excludente em que milhares vivem em estado nulo de dignidade humana”.
(Julianne Gouveia – Revista Vizzo)

O trabalho de Vik Muniz é a prova do poder que a arte tem no processo de socialização. A arte quando comprometida com questões humanitárias, quando codifica individualidades sociais e humanas, ela tem o poder de ampliar a visão sobre a vida e realizar mudanças. Lixo Extraordinário mostrar que todos nós temos por dever cívico: abraçar causas sociais, não disperdiçar e reciclar.
”O filme emociona ao mostrar como aquelas pessoas tiveram sua auto-estima recuperada com o processo do trabalho de Vik Muniz”.
(Walmir Moratelli – MG)
“O filme tem efeito arrebatador por juntar arte e lixo, elementos quase opostos, não só pelo valor estético, mas também por sua representação social”.
(André Miranda – O Globo)





( ACIMA:AUTO-RETRATO DE VIK MUNIZ ,UTILIZANDO LIXO RECICLADO E ALIMENTOS.
EMBAIXO: TRABALHO FEITO COM LIXO RECICLADO PARA A VINHETA DE APRESENTAÇÃO DA  NOVELA PASSIONE)
(EXTRAIDO DO BLOG LEÕES E CORDEIROS)

Lixo Extraordinário (2009) - TRAILER OFICIAL

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pequena biografia de Jenário...

Jenário de Fátima Rodrigues é hoje considerado por muitos um dos melhores sonetistas da atualidade, tendo conquistado o respeito e admiração de outros grandes, como Théo Drummond , Silvia Schimidt, Oriza Martins... Autodidata, começou a escrever sonetos em meados de 2004, embora componha músicas há 30 anos.Nasceu em 21 de maio de 1955 em   Itapuranga,estado de Goiás numa familia pobre da zona rural.Parou de estudar antes de completar o segundo grau,tendo trabalhado desde cedo para se sustentar.É compositor e instrumentista,tendo aprendido música sozinho.


UM SONETO DE JENÁRIO DE FÁTIMA...Jenário de Fátima Rodrigues um dos maiores sonetistas brasileiros da atualidade!

Um poema de Cora Coralina...






“Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

Cora Coralina

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

OS POEMAS NASCEM DO CORAÇÃO...

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OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

Mario Quintana – Esconderijos do Tempo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

UM POEMA MEU...

 
                                      
                                           JURAS...
                            Não me envergonho 
                            de te dizer: eu te amo!
                            De expor minha alma
                            - nua-
                            ao espelho da tua...


                            Não me envergonho
                            de te dizer,mil vezes
                            que te quero!
                            De te abraçar bem forte
                            e sussurrar baixinho
                            ao teu ouvido,
                            juras de amor
                            ou frases sem sentido...


                            Enlouquecida e ardente
                            me exponho totalmente
                            ao teu olhar surpreso..
.
                            Faz-me bem te falar
                            essas loucuras todas,
                            essas promessas de amor,
                            num só alento!
                            
                            Depois,rendida ao teu carinho,
                            Deixo teus braços me embalar
                            num movimento manso...
                            
                        Como um ninho a balançar num ramo,
                             às carícias do vento!
                          
              
               Cezarina Macedo - In "HARPA DOS VENTOS.-Editora NOVITAS-Sta Cruz do Sul/ RGS/2009.    REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL sob o n. 978-85-62442-01-8.