O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

                             MUDANÇAS.
        
             Mergulhei dentro de mim.
             E,dessas profundezas retornei inteira
             e consciente.
             Compreendi (finalmente!)
             que girei...girei
             _ a vida toda_
             como cigarra aturdida
             pela tua luz...
             Para cair,asas desfeitas,
             e morrer,depois de tudo,
             na angústia extremada
             de querer!
            
             Busquei o inatingível.
             E,nessa busca
             cristalizei meus sonhos...
             Pensei ser o teu amor absoluto
             quando na vida,tudo é relativo!

             Hoje,o vento da Realidade
             soprou em meu caminho
             quebrando a frágil porcelana
             do meu Sonho,estilhaçando
             em mil pedaços
             o cristal das minhas emoções.

             E,ao olhar-me no espelho
             descobri que,todos esses anos,
             fui,apenas, o teu reflexo!

   CEZARINA MACEDO.-IN  "A Livre Escrita"(II Coletânea  Scriptus/2009/Editora Novitas).ISBN  978-85-62442-00-1.
  
            

domingo, 24 de outubro de 2010

OS CIGANOS NO BRASIL.

           CEZARINA 88350                                                                         A trajetória dos ciganos no Brasil começa no ano de 1574 com a chegada do primeiro cigano que se tem notícia. Muitos eram nomeados Meirinhos da Corte, pessoas que levavam as notícias e comunicados do Reino a todas as Terras Brasileiras. Trabalhando também como Bandeirantes. Nestas inúmeras “levas” o número de Kalons era grande, e se destacavam com os principais sobrenomes: Monteiro, Savedra, Silva, Torres, Pereira, Ferreira, Lopes, Costa, Coelho, Carvalho, Torquato, Figueiredo e Alves, uma prova adicional de sua origem portuguesa.Os Ferreira vieram de clãs da Espanha. O Rom mais ilustre que chegou ao Brasil foi Jan Nepomuscky Kubitschek , que trabalhou como marceneiro em Diamantina .  Conhecido com João Alemão, deve ter entrado no Brasil por volta de 1830-1835, casando-se pouco depois com uma brasileira. Teve 3 filhos . O primeiro foi João Nepomuceno Kubitschek, que viria a ser um destacado político. O segundo foi Augusto Elias Kubitschek, um comerciante. Augusto Kubitschek foi designado como delegado de polícia. Também consta que teve pelo menos uma filha, Júlia Kubitschek, que viria a ser a mãe de Juscelino Kubitschek. Ou seja, um dos mais queridos presidentes do Brasil do Século XX foi um cigano, ou pelo menos um descendente de ciganos.
O primeiro cigano que se tem notícia a chegar no Brasil, foi o cigano João de Torres que veio com sua mulher e filhos. Portugal desde 1526 já fazia leis (preconceituosas) contra os ciganos, e em virtude de precisarem de ferreiros e forjadores de armamentos os mandaram para esta Colônia distante para servir ao reino de Portugal.
Algumas destas “LEIS”, elaboradas pelo Reino Português eram absurdas, os livros que citam estas leis de processo documental histórico se encontram no Gabinete Real de Leitura Portuguesa, situado na Rua Luiz de Camões, próximo a Praça Tiradentes no Rio de Janeiro/RJ.
Em 1686, são expulsos de Espanha, Portugal e das Colônias Portuguesas na África,e ao virem para o Brasil entraram por Maranhão e Pernambuco, se espalhando aos poucos por todo Brasil. Os lugares que registram mais ciganos na atualidade são: Rio de Janeiro, (havia inclusive no Centro do RJ, há muito tempo atrás uma rua que se chamava Rua dos Ciganos. Hoje Rua da Constituição) Rio Grande do Sul e nas diversas fronteiras que tem o nosso país. Aqui nesta Terra, foi um pouco melhor, mas não deixaram de enfrentar preconceitos. Os que chegaram mais tarde ainda estavam sobre o domínio dos Portugueses,e eram proibidos de falar o Romanês.Esta lei só caiu em desuso no ano de 1900. Eram destinados a trabalhar na forja. Fabricavam ferraduras, ferramentas, apetrechos domésticos e outros. Inúmeros ciganos serviram ao Exército Brasileiro nas mais diferentes épocas, em busca de moedas de ouro e sossego. E quando as damas da corte sabiam que estes militares comandados eram ciganos, sabiam de ante mão que eram casados com ciganas e da-lhes as importunar, em busca de amor, poções e outros xavecos. As mesmas que exerciam seu preconceito, na ocasião das missas, freqüentavam suas Tsaras escondidas à tarde para tudo lhes pedir. E assim é até hoje para muitos. Muitos ciganos em virtude da sobrevivência, omitem o fato por causa do preconceito, só exercendo sua ciganidade em casa, e nas festas dos clãs, dos quais jamais se separam. Os gadjós (alguns), tem arraigado muitas “verdades” sobre nós e só nos querem em festas e bailes,ou para encantar magias ... Por isso nesta Nova Era os ciganos decidiram se abrir um pouco, para que seja amenizado este círculo de incompreensão sobre o nosso povo. E temos tido muito êxito, pois muitos gadjós, se aproximam como irmãos no mundo, se aproximam da beleza do universo cigano para trocar boas energias, graças a Deus. (RAMONA TORRES)

(PINTURA DE CEZARINA MACEDO CARUSO).

sábado, 9 de outubro de 2010

POVO CIGANO.

                                             0589                                   MSMRM-logo_20x20-transparent-WEBZqdp6eo                                                                                                                               Povo Cigano é guardião da LIBERDADE. Seu grande lema é: "O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião", traduzindo um espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas. A vida é uma grande estrada, a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro.
Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a circense); e exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos, suas jóias e suas selas. Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde os homens das grandes cidades e de pequenos corações expiaram suas raivas, frustrações e sonhos de liberdade destruídos. Pacientemente, este povo diferenciado, continuou sua marcha e até hoje seus estigmas não sararam.
Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das pessoas (os espelhos da alma) e tocam seus pulsos (para sentirem o nível de vibração energética) e só então é que interpretam as linhas das mãos. A prática da Quiromancia para o Povo Cigano não é um mero sistema de adivinhação, mas, acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e o espírito; sobre a saúde e o destino.
A família é a base da organização social dos ciganos . A KRISROMANI é uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade,ou seja os mais velhos, com a função de punir quem transgride, a rígida ética cigana. A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e as bibi (tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte.
Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade. São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.
O misticismo e a religiosidade, fazem parte de todos os hábitos da vida cigana. A maior parte deles acredita em um único deus (DEULA) em eterna luta contra o demônio (BENG). Normalmente, assimilam as religiões do lugar onde se encontram, mas jamais deixam de lado o culto aos antepassados, o temor dos maus-olhados, a crença na reencarnação e na força do destino (TRAIO,SINA) contra a qual não adianta lutar. O mais importante para o Povo Cigano é interagir com a Mãe Natureza respeitando seus ciclos.
As crianças ciganas normalmente só freqüentam até o 1o. Grau nas escolas dos gadjés (não-ciganos), para aprenderem apenas a escrever o próprio nome e fazer as quatro operações aritméticas. A maioria das crianças não vai à escola com receio do preconceito existente em relação a elas. Claro que com o acelerado processo de aculturação, um bom número de ciganos, disfarçadamente, estão freqüentando as universidades e até ocupando cargos de importância na vida pública do país e já chegaram até à Presidência da República. (Washington Luiz e Juscelino Kubitshek).
Para o Povo Cigano, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado", quando são realizados mensalmente os grandes festivais de consagração, imantação e reverenciação à grande "madrinha". A celebrações da Lua Cheia, acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas, do vinho e das comidas, com danças e orações. Também para os ciganos tudo na vida é "maktub" (está escrito nas estrelas), por isso são atentos observadores do céu e verdadeiros adoradores dos astros e dos sidéreos. Os ciganos praticam a Astrologia da Mãe Terra respeitando e festejando seus ciclos naturais, através dos quais desenvolvem poderes verdadeiramente mágicos ......

 Cigana PandeiroVC