Canto integral do amor
Cegos os olhos, continuarias de qualquer forma,. presente,
surdos os ouvidos, e tua voz seria ainda a minha música,
e eu mudo, ainda assim, seriam tuas as minhas palavras.
Sem pés, te alcançaria a arrastar-me como as águas,
sem braços, te envolveria invisível, como a aragem,
sem sentidos, te sentiria recolhida ao coração como
o rumor do oceano nas grutas e nas conchas.
Sem coração, circularias como a cor em meu sangue,
e sem corpo, estarias nas formas do pensamento
como o perfume no ar.
E eu morto, ainda assim por certo te encontrarias
no arbusto que tivesse suas raizes em meu ser,
- e a flor que desabrochasse murmuraria teu nome.
(Poesia de JG de Araujo Jorge – extraído do livro
Os mais belos poemas que o amor inspirou- 1965)
2 comentários:
Cezarina,
Eu não conhecia, mas digo que é um dos mais lindos que já li.
Um beijo!
Alcides
Querida cigana amiga feiticeira,
Venho matar uma lasca da saudade que deverás se agiganta em mim por não poder passar mais tempo e mais vezes por aqui, a inebriar-me em sua Alma Cigana tão dançante e cativante... Venho agora, em um dia de celebração, e encontro um Canto Integral do Amor que me levou às lágrimas.. Nada a dizer porque nenhum adjetivo vai contemplar a plenitude desses versos... Agradeço-te, e ao autor também, por esse momento!
Que Deus ilumine seus dias e seus versos sempre! Linda semana para ti!
Beijos de amizade e admiração!
Luz e Paz!
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