Falar de ciganos é falar do Oriente:India,Pérsia,Egito.Turquia,Armênia,Síria,Anatólia...Falar de ciganos é falar de sensibilidade,religiosidade,misticismo,magia.
Falar de ciganos é falar em medicina natural,aiurvédica:ervas,plantas,raízes,doshas,água, fogo ,terra e ar...
Após sua saída da India, os ciganos entraram na Pérsia e lá permaneceram por um longo tempo. Na antiga Pérsia,aprendemos a cultuar o fogo e suas magias.Ficaram resquícios do Zoroastrismo e do Mazdeismo,antigas religiões persas, na crença cigana de um poder dual: Devel,deus do Bem e da Luz e, Beng,a força maléfica, a escuridão; herdamos também o culto ao fogo, a chama sagrada.
Da Índia herdamos a crença na reencarnação, os oráculos e mancias védicas e, talvez a crença em Kali, a deusa negra, tenha influenciado a devoção cigana à Sara Kali.Outra característica é a sensibilidade musical,o dom e a maestria nesta área. A alma musical, poética dos ciganos, essa sensibilidade que nos distingue, que nos dá força para vencer obstáculos, discriminação, sofrimento, é a nossa marca, a nossa herança, o nosso orgulho ancestral!
O céu é o meu teto, a terra é a minha pátria,
a liberdade é a minha religião! (provérbio cigano).
a liberdade é a minha religião! (provérbio cigano).
Por esta filosofia de vida os ciganos pagaram sempre um alto preço.
Porque, na realidade estes conceitos são muito avançados para o resto da humanidade. São conceitos transformadores e de difícil compreensão para a maioria das pessoas, que se negam a tentar pelo menos, entendê-los em sua magnífica grandeza. Nós, ciganos não queremos a posse das terras, queremos a liberdade de ir e vir. As prisões, mesmo de idéias, nos sufocam.
Só é verdadeiramente cigano aquele que vive e pratica esta filosofia na sua vida diária, no seu dia a dia. Lembro as palavras de Juan de Diós Ramirez Herédia, presidente da Unión Romani, quando se refere à maneira de viver cigana:
“Não é possível viver para trabalhar, é preciso trabalhar o suficiente para viver. E isto implica uma filosofia completamente diferente da filosofia da humanidade e da sociedade. Não consigo pensar em mais nada senão dizer que ser cigano é ter um estilo de vida. Dentro de 50 anos, cigano será não tanto aquele que tem um pai, uma mãe ou antepassados ciganos, mas quem tem um estilo de vida cigano, uma maneira cigana de entender a vida.”
Trecho dos meus artigos na JANELLÁ.(Imagens do Google).
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