O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MAIS UM POEMA CIGANO E VÍDEOS...EM MEMÓRIA DO DIA INTERNACIONAL DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO:27 DE JANEIRO






Menina cigana,vítima do extermínio  nazista...


  Horizontes Ciganos.


O sol arranca chispas,faíscas
do cobre à beira das estradas...
O hoje vale mais que tudo!
A alegria e o pão.
A alegria e os abraços:a união.
Nas mãos os gestos e os compassos.
Nos corpos, a dança e o ritmo.
Embrulhada nos panos coloridos, a Dor
de ontem e de amanhã.
Escondido no sorriso de esperança,
o sofrimento de todas as injúrias.
Nas lágrimas que alagam os olhos
a lembrança amarga do Porrhajmos...
Na boca o gosto de sangue.
No peito a coragem que não se entrega;
No coração ardente,o Amor.
Nas linhas que sulcam as mãos
a visão de destinos.
A terra desdobrando-se em promessas.
Os caminhos do mundo gritando:
Caminhar!É preciso!
Música e lágrimas,compasso e fogo...
Derramando-se em cristalinos acordes
Pandeiros,canções,violinos.
O rosto pálido da Lua brilhando, no escuro.
Mil estrelas faíscam surpreendidas,
enquanto as estradas,estendidas,
como longos tapetes, 
apenas esperam os passos. 
Ciganos!
Caminhar!É preciso!


CEZARINA MACEDO- Janeiro/2012.








IMAGENS DO GOOGLE.







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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MINHA ÚLTIMA PINTURA...SANTA SARA KALI! OPTCHÁ!

 



Posted by Picasa

Uma linda poesia de autor norueguês...


          
PAISAGEM DA NORUEGA:CANAL ENTRE OS FJORDS.



    Hammerfest-NORUEGA-NORUEGA: 
vem da raiz Nort-Waeg que significa" caminho do norte " 


UMA COISA É NECESSÁRIA.

Uma coisa é necessária – aqui
neste nosso mundo difícil
de sem-abrigos e desterrados:

Fixares residência em ti.



Entra pela escuridão
e limpa a fuligem da lâmpada.
Para que as pessoas na estrada
possam entrever uma luz
em teus olhos habitados.

Hans Børli, 1974 .




FONTE: POESIA & LDA- POESIA ILIMITADA.


Hans Borli nasceu em (1918-1989) em                                                    Eidskog,condado de Kongsvinger,sudeste da Noruega.                             Deprofissãolenhador escrevia poesia à noite,                                                                  enquanto os outros dormiam.



Troms : paisagem norueguesa.




sábado, 14 de janeiro de 2012

LEIAMOS ESTE MANIFESTO,LEMBRANDO O HOLOCAUSTO CIGANO..E VAMOS OUVIR A MÚSICA E VER O VIRTUOSISMO MUSICAL DOS RONS!




Manifiesto de VERVERIPEN contra la Rromafobia y el Antigitanismo



 "A atual onda de Romafobia e Anticiganismo está provocando uma perigosa involução social que priva aos roma (ciganos) dos poucos direitos e avanços conquistados por nosso povo. A situação mundial é sangrenta: na Hungria nos estão matando, na Eslováquia e República Checa estão esterilizando forçosamente a nossas romi (ciganas), na Bulgária e outros lugares põe  nossos filhos em classes para crianças com retardamento mental, na Itália nos marcam como  gado e nos maltratam, na França nos agridem e expulsam, na Alemanha e outras partes da Europa deportam os refugiados ciganos kosovares condenando-os a uma morte certa, ignorando os informes do Conselho da Europa, da ONU e da Anistia Internacional. Inclusive,  meses atrás, o próprio Vaticano   permitiu-se o luxo de expulsar  seus crentes gitanos para a rua, como na Idade Média, quando se nos negava o direito de “refugiar-se em local sagrado”. Malfeitores, ladrões, vândalos, todos, podiam refugiar- se nas igrejas e tinham direito de acolhida. Todos. Menos nós, os ciganos.
Fazem  40 anos, num 8 de abril, nos reunimos e saímos ao mundo para dizer-lhe que existíamos, contando com o compromisso de muitos cidadãos de bem. Entendíamos que apesar do que nos negaram, de que tentaram assimilar-nos, e de que nos tentaram exterminar, nós estávamos mais presentes do que nunca. Críamos que uma nova era se abria para o povo cigano. Cheios de ilusão, de desejo de compreensão e melhoria, criamos uma bandeira para que nos reconhecessem por um símbolo e também de um hino, “Gelem, gelem”, para não esquecer nunca quem somos e sentir-nos uma única voz. Para que não se esquecessem nunca que também fomos vítimas do nazismo e sofremos o “Porrajmos” (Holocausto cigano), algo que o mundo tem preferido ignorar desde o final da II Guerra Mundial, privando a nossos velhos do direito a serem ressarcidos ao caminharem neste mundo mudos pela  dor, remoendo as lembranças de seus mortos.
Pensamos ingenuamente que  havíamos ganhado um espaço neste mundo, do qual alguns se  apropriaram sem perguntar a ninguém, aqueles que governam por imposição, os mesmos que ordenam conforme sua conveniência e apesar de muitos outros a  que tornam invisíveis porque são “diferentes”. Acreditamos que se seguíssemos as “regras do jogo” nunca mais se tornaria a repetir a perseguição, não voltaríamos a ser escravos, não teríamos que viver com o medo guardado dentro de nós.

O Povo Cigano é um povo sensível que celebra a alegria do dia a dia; vivemos com intensidade, como se o mundo  fosse acabar amanhã.Quiçá, demasiado cândidos e ingênuos, tanto que ainda cremos na  palavra dada e não honramos em  virtude de nossas riquezas porém da capacidade moral e ética.Protegemos e acompanhamos  nossos velhos e nossas crianças; Vivemos e compartilhamos coletivamente numa sociedade que estão convertendo em homogênea, individualista e carente de sentimentos.
Porém este texto não está dirigido somente a denunciar os racistas, os xenófobos… Também nos dirigimos  àqueles que sendo pessoas boas, se mantêm em silêncio, contemplam com estéril indignação com absoluta impassibilidade estes atos .Que mais necessitam para sentir-nos, para comover-se, para compartilhar e solidarizar-se?
Não,não queremos dar pena.Somos um povo orgulhoso, não queremos caridade, não é tempo de caridade humilhante, porque, como disse Galeano, “A caridade se exerce verticalmente e desde cima”. É o  tempo da solidariedade e de tratarmo-nos de igual para igual como irmãos; como seres humanos que somos e habitantes deste planeta, de lutar ombro a ombro por um mundo melhor. Por favor, sonhemos e criemos realidades melhores, onde todos  tenhamos nosso espaço, aprendamos uns com  outros em espírito de fraternidade. Caminhemos juntos, meus irmãos..
Ciganos e não-ciganos que gritem:

Sastipen thaj mestipen!  Saúde e Liberdade!”



EXTRAÍDO :BAXTALO'S BLOG ( TRADUZIDO DO ESPANHOL PARA O PORTUGUÊS POR CEZARINA MACEDO).

QUE VÍDEO MARAVILHOSO!QUE ORGULHO! KE BUINO!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Um poema para recordar o Holocausto Cigano...






Lembranças do Porrhajmos


Sons explodem na treva densa...
Rosas vermelhas se entreabrem
espalhando-se rubras.
Manchando a alva 
roupa da Paz...
Olhares perdidos
no vácuo gelado.
Vítreos,parados,
e  as águas salgadas
escorrem como fontes.
Lágrimas.
Desespero
transformado
em gélida agonia...
Carne dilacerada
e mãos que agarram o Nada.
Almas perdidas,violadas...
Mortos os corações.
Vultos sombrios,vazios,
vagando na dor.
A vida silencia...
Só o Vento frio
sussurra sua melodia
nostálgica.
As estrelas caladas
espiam as poças
geladas de frio.
A noite toca
um violino no escuro.





Cezarina Macedo-Jan.-2012.