EM GOTAS, LENTAMENTE,
SUA ÂNFORA DE SOLIDÃO
DENTRO DE MIM ...
MINHA ALMA
SE ESPREGUIÇA
E SE ENROSCA
EM SI MESMA,
NUMA LETÁRGICA
SEMICONSCIÊNCIA
DE ÁGUA-VIVA
EM ALGUM MAR INTERIOR.
SINTO FALTA DE TI,
SINTO FALTA DE AMOR...
MEU CORPO ANSEIA PELO TEU,
E, NO SILÊNCIO DA NOITE
OUÇO TUA RESPIRAÇÃO,
COMO SE OUVISSE, BEM LONGE
O RUÍDO DO MAR...
MINHA BOCA PEDE A TUA BOCA
NUM LOUCO
DESESPERO VÃO, DE TE BEIJAR!
ESTOU À DERIVA, NESSA ESCURA
CORRENTEZA...
ONDE AS ESTRELAS
OU, QUEM SABE?
OS PIRILAMPOS
TRAÇAM RISCOS DE LUZ
NA NEGRA ESCURIDÃO
DOS CAMPOS...
CHORO LÁGRIMAS
SILENCIOSAS E INÚTEIS
QUE ESCORREM LENTAS, SOLTAS,
E VÃO FORMANDO UM RIO
CUJAS ÁGUAS REVOLTAS
ME ARRASTAM, IRREMEDIÁVELMENTE
PARA O FUNDO,
ONDE VOU MORRENDO
AOS POUCOS,
LONGE DE TI !
Cezarina Caruso- in HARPA DOS VENTOS- Editora Novitas/Sta Cruz do Sul. 2009.
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