Bebido o luar
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
julgamos que viver era abraçar
o rumor dos pinhais, o azul dos montes,
e todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos.
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
e tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
límpidos nas auroras a nascer,
por que o céu e o mar, se não seremos
nunca. os deuses capazes de os viver?
Sophia de
Mello Breyner Andresen
(1919/11/06 - 2004/07/02)
Poetisa e contista portuguesa, nasceu no Porto, no seio de uma família aristocrática, e aí viveu até aos dez anos, altura em que se mudou para Lisboa. De origem dinamarquesa por parte do pai, a sua educação decorreu num ambiente católico e culturalmente privilegiado que influenciou a sua personalidade. Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em consonância com o seu fascínio pelo mundo grego (que a levou igualmente a viajar pela Grécia e por toda a região mediterrânica), não tendo todavia chegado a concluí-lo.
Teve uma intervenção política empenhada, opondo-se ao regime salazarista (foi co-fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos) e também, após o 25 de Abril, como deputada. Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores
Teve uma intervenção política empenhada, opondo-se ao regime salazarista (foi co-fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos) e também, após o 25 de Abril, como deputada. Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores
IMAGENS DO GOOGLE.
Um comentário:
Sempre bom ler sobre Sophia e sempre muito bom passar por aqui.
bjs
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