O CÉU É O MEU TETO,A TERRA É MINHA PÁTRIA,A LIBERDADE É A MINHA RELIGIÃO!

terça-feira, 23 de abril de 2013

OS CIGANOS NA OBRA POÉTICA DE RAUL DE LEÔNI,POETA FLUMINENSE...



Este soneto abaixo foi postado no lindo Blog "A COZINHA DOS VURDÓNS"  e me encantou!
Desta forma, resolvi  fazer uma pesquisa sobre o autor,Raul de Leôni...NAÍS TUKÊ AMIGAS DA
"COZINHA DOS VURDÓNS pela descoberta da poesia!

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O advogado e poeta Raul de Leôni (1895-1926), nascido em Petrópolis (RJ), expressa em versos a vida e os costumes dos Ciganos,segundo os
conhecimentos da época em que o poeta viveu...

 A LINGUAGEM É DO SÉCULO PASSADO,MAS AS CONSIDERAÇÕES DO AUTOR MOSTRAM BEM O PRECONCEITO  E AS MENTIRAS QUE SEMPRE FORAM TECIDAS EM TORNO DOS CIGANOS!
CIGANOS

Lá vêm os saltimbancos, às dezenas,
levantando a poeira das estradas.
Vêm gemendo bizarras cantilenas,
No tumulto das danças agitadas.
Vêm num rancho faminto e libertino,
almas estranhas, seres erradios,
que tem na vida um único destino,
O destino das aves e dos rios.
Ir mundo a mundo é o único programa,
a disciplina única do bando;
o cigano não crê, erra, não ama,
Se sofre, a sua dor chora cantando.
Nunca pararam desde que nasceram.
São da Espanha, da Pérsia ou da Tartária?
Eles mesmos não sabem; esqueceram
a sua antiga pátria originária…
Quando passam, aldeias, vilarinhos
maldizem suas almas indefesas,
e a alegria que espalham nos caminhos
é talvez um excesso de tristezas…
Quando acampam de noite, é no relento,
que vão sonhar seu Sonho aventureiro.
Seu teto é o vácuo azul do firmamento,
Lar? o lar do cigano é o mundo inteiro.
Às vezes, em vigílias ambulantes,
a noite em fora, entre canções dalmatas,
vão seguindo ao luar, vão delirantes,
alados no langor das serenatas.
Gemem guzlas e vibram castanholas.
E este rumor de errantes cavatinas
lembra coisas das terras espanholas,
nas saudades das terras levantinas.
E, então, seus vultos tredos envolvidos
em vestes rotas, sórdidas, imundas.
vão passando por ermos esquecidos,
como um grupo de sombras vagabundas.

Povo sem Fé, sem Deus e sem Bandeira!
Todos o temem como horrível gente,
Mas ele na existência aventureira,
Ri-se do medo alheio, indiferente

E, livres como o Vento e a Luz volante,
sob a aparência de infelicidade,
realizam, na sua vida errante,

o poema da eterna Liberdade!


Raul de Leôni


UMA PINTURA DE MINHA AUTORIA DE 2002...


 " SONHO CIGANO."-TINTA ACRÍLICA
SOBRE CARTÃO.-70cm x 60cm.

Raul de Leôni

Pequena biografia do Poeta:
Concluiu os cursos primário e secundário no Rio de Janeiro, viajando ainda adolescente pela Europa. Tornou-se diplomata em 1917. Com Ode a um poeta morto, 1919, conquistou fama nos meios literários. Pouco depois de eleito deputado fluminense, retirou-se para Itaipava, onde pretendia curar-se da tuberculose que o vitimou. Antes, publicou Luz Mediterrânea, 1922. Após a sua morte em Itaipava seu corpo foi conduzido para Petrópolis, que lhe prestou suas últimas homenagens, sepultando-o à sombra do Cruzeiro das Almas, erigindo-lhe um mausoléu e dando o seu nome a um trecho da Rua Sete de Setembro.
Mais de oitenta anos da sua morte, Raul de Leôni é venerado por seus inúmeros leitores, mas ainda não chegou às carteiras universitárias dos cursos de Letras do nosso pais, onde por mérito poético, e para o bem dos estudantes da poesia brasileira, já deveria estar presente, se algum outro, menos competente e mais favorecido, não estivesse ocupando o seu lugar.

(Trecho extraído da wikipédia.)

Um comentário:

www.amsk.org.br disse...

Que lindo amiga, adorei, gostei de saber mais dele e de sa maravilhosa escrita.Parabéns pelo post e obrigada pela sua lembrança;

bjs nossos