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quinta-feira, 5 de abril de 2012

CORA CORALINA,,, UMA MULHER...UMA POETISA...


QUARTO DE CORA...Humilde simplicidade.




CORA CORALINA NA SALA..

Cora Coralina


Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás.

Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.Fazendo seus doces criou e sustentou seus quatro filhos,após a morte do marido... 

FONTE:http://pensador.uol.com.br/autor/cora_coralina/biografia/


SEU PRIMEIRO LIVRO PUBLICADO.


ABAIXO,UM POEMA SEU:
.

CORA CORALINA, QUEM É VOCÊ?

Sou mulher como outra qualquer.
Venho do século passado
e trago comigo todas as idades.
Nasci numa rebaixa de serra
entre serras e morros.
“Longe de todos os lugares”.
Numa cidade de onde levaram
o ouro e deixaram as pedras.


Junto a estas decorreram
a minha infância e adolescência.
Aos meus anseios respondiam
as escarpas agrestes.
E eu fechada dentro
da imensa serrania
que se azulava na distância
longínqua.
Numa ânsia de vida eu abria
O vôo nas asas impossíveis
do sonho.


Venho do século passado.
Pertenço a uma geração
ponte, entre a libertação
dos escravos e o trabalhador livre.
Entre a monarquia caída e a república
que se instalava.


Todo o ranço do passado era presente.
A brutalidade, a incompreensão, a ignorância, o carrancismo.
Os castigos corporais.
Nas casas. Nas escolas.
Nos quartéis e nas roças.
A criança não tinha vez,
Os adultos eram sádicos,
aplicavam castigos humilhantes.
Tive uma velha mestra que já
havia ensinado uma geração
antes da minha.
Os métodos de ensino eram
antiquados e aprendi as letras
em livros superados de que
ninguém mais fala.


Nunca os algarismos me
entraram no entendimento.
De certo pela pobreza que marcaria
para sempre minha vida,
precisei pouco dos números.


Sendo eu mais doméstica do
que intelectual,
não escrevo jamais de forma
consciente e racionada, e sim
impelida por um impulso incontrolável.
Sendo assim, tenho a
consciência de ser autêntica.


Nasci para escrever, mas, o meio,
o tempo, as criaturas e fatores
outros, contra-marcaram minha vida.
Sou mais doceira e cozinheira
do que escritora, sendo a culinária
a mais nobre de todas as Artes:
objetiva, concreta, jamais abstrata
a que está ligada à vida e
à saúde humana.


Nunca recebi estímulos familiares para ser literata.
Sempre houve na família, senão uma
hostilidade, pelo menos uma reserva determinada
a essa minha tendência inata.
Talvez, por tudo isso e muito mais,
sinta dentro de mim, no fundo dos meus
reservatórios secretos, um vago desejo de analfabetismo.


Sobrevivi, me recompondo aos
bocados, à dura compreensão dos
rígidos preconceitos do passado.
Preconceitos de classe.
Preconceitos de cor e de família.
Preconceitos econômicos.
Férreos preconceitos sociais.


A escola da vida me suplementou
as deficiências da escola primária,
que outras o destino não me deu. 
Foi assim que cheguei a este livro
Sem referências a mencionar.


Nenhum primeiro prêmio.
Nenhum segundo lugar.
Nem Menção Honrosa.
Nenhuma Láurea.
Apenas a autenticidade da minha
poesia arrancada aos pedaços
do fundo da minha sensibilidade,
e este anseio:
procuro superar todos os dias
minha própria personalidade
renovada,
despedaçando dentro de mim
tudo que é velho e morto.


Luta, a palavra vibrante
que levanta os fracos
e determina os fortes.
Quem sentirá a Vida
destas páginas?...
Gerações que hão de vir
de gerações que vão nascer.


(Meu Livro de Cordel, p.73 -76, 8°ed, 1998)


CORA CORALINA.

QUARTO DE CORA...

VISTA DE GOIÁS VELHO...SUA CIDADE NATAL...
CASA DE CORA CORALINA...

Museu da Casa de Cora Coralina


Provavelmente foi edificada em meados do século XVIII para o uso dos recebedores do Quinto Real. No mapa de Manoel Ribeiro Guimarães, datado de 1782, a casa já fazia parte do conjunto arquitetônico de Vila Boa de Goiás. A casa pertenceu ao Desembargador Francisco Lins dos Guimarães Peixoto, pai da poetisa Cora Coralina ( Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas).



Hoje a "Casa Velha da Ponte da Lapa" pertence à Fundação Cora Coralina.

Funcionamento
Aberto de terça à domingo, das 9:00 hrs. às 16:45 hrs. Domingo só até às 15:30
Tel: (62)3371-1990




RETRATO DE CORA (ANA) NA SUA JUVENTUDE.
........................................................................
SABER VIVER.
Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto dura.



CORA CORALINA.






fOTOS ACIMA E ABAIXO: COZINHA DA CASA DE CORA.




A CASA DE CORA SOBRE UM RIO...

CORA E SEUS TACHOS...


PALAVRAS SÁBIAS...



"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."
CORA CORALINA.

IMAGENS DO GOOGLE.

2 comentários:

A Palavra Mágica disse...

Cezarina,

Linda homenagem a esta mulher que sabia fazer doce de palavras.

Beijos doces!
Alcides

www.amsk.org.br disse...

Plantemos querida amiga. Feliz Páscoa.

bjs nossos