Até o século XVIII, os ciganos eram considerados artesãos inigualáveis na Europa, destacando-se pelos seus trabalhos em metais, madeira e cestaria. Eram exímios e criativos ourives e joalheiros, caldeireiros excelentes, carpinteiros, moveleiros e marceneiros perfeccionistas, trabalhando com maestria em madeiras nobres, construindo casas e criando luxuosos móveis para ornamento de palácios e vivendas da nobreza e burguesia européias. Seus trabalhos em ferro, como grades de sacadas e janelas, portões e portas, lindamente trabalhados faziam parte de importantes construções nas grandes cidades do velho continente e também nas colônias da América e África.Toda uma estrutura familiar e grupal se organizava em torno dessas profissões ciganas artesanais.Embora sempre predominassem os preconceitos entre gadjôs e ciganos,haveria sempre trabalho e condições melhores de vida,naqueles tempos.
Outra profissão cigana muito difundida e que produzia lucros razoáveis era a venda, criação e doma de cavalos. Os ciganos se distinguiram, sobremaneira, nesta profissão. Ferreiros inigualáveis tornar-se-iam imprescindíveis no fabrico de ferraduras e outros materiais ligados ao setor. Note-se que naquela época o transporte era todo feito utilizando-se cavalos.
Outro setor no qual os ciganos se distinguiram ao longo dos tempos foi o da diversão, do entretenimento: circos, teatros e parques de diversão e, no século XX, os cinemas itinerantes cuja tela era erguida em praças e locais ao ar livre, nas pequenas cidades do interior. Na música, fomos e seremos sempre imbatíveis, seja tocando apenas um instrumento musical ou em magníficas orquestras!A arte é o nosso melhor passaporte, nossa mais significativa característica!
Nós, ciganos sempre fomos os mensageiros das novidades, arautos da Alegria e do divertimento, fruto das nossas andanças livres pelos caminhos do mundo.
Todas essas profissões são conseqüência da vida nômade, onde o Rhom carregava consigo, no seu Vurdón, todo o material necessário para exercer sua arte, seu ofício, em um pequeno espaço. A vida cigana era sempre um eterno recomeçar. Um eterno erguer e desmanchar de lonas A criatividade e a adaptação são, até hoje, características ciganas bem marcantes.
(Trecho de um artigo que publiquei na JANELLÁ.)
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